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Depressão: O mal do século 

 

 


Como em todos os transtornos psicológicos, muitos “mitos” e desinformações

atrapalham as pessoas que necessitam de cuidados. Porém, seguindo o tratamento correto, os resultados podem ser satisfatórios na grande maioria dos casos. Estudos apontam que 70% dos pacientes respondem bem ao tratamento e os outros 30% apresentam respostas parcial ou sem qualquer sinal de melhora. A prática clínica nos mostra que de um a dois anos, aproximadamente, é possível a melhora e a cura da depressão, quando uma terapêutica correta é aplicada. Desconfiem sempre de tratamentos rápidos e “mágicos”. Mudanças de crenças e comportamentos necessitam de tempo e acompanhamento, para que não ocorram reincidências.

Qual o método de tratamento? Modismos e preferências querem apontar que a linha “X” ou “Y” é mais eficiente para o tratamento, porém, são julgamentos pessoais. Pesquisas internacionais apontam, entretanto, que a conjugação de antidepressivos e a psicoterapia apresenta melhoras mais rápidas e com menor nível de reincidência. Então, medicamento é imprenscindível? Nem sempre. Existem graus de depressão e o médico e o psicólogo são profissionais preparados a avaliar se há indicação ou não ao uso. Porém, somente o médico está autorizada a receitar, preferencialmente psiquiatras e neurologistas, como especialistas da área.

 

E a psicoterapia, é fundamental? Sim. Só o uso do medicamento não é suficiente para uma mudança no comportamente e crenças e a compreensão das verdadeiras causas que levaram a pessoa a esse estado de humor. Pesquisas mostram que a opção de apenas medicamento ou apenas psicoterapia, o tempo de recuperação é sempre menor que a associação de ambas. Porém, voltamos a frisar que o uso de medicamentos nem sempre é necessário.

 

Voltando ao tema do tratamento, infelizmente ainda há profissionais de ambos os lados - médicos e psicólogos- que acreditam que podem resolver sozinhos os casos de seus pacientes. Essa atitude muitas vezes pode prolongar o sofrimento, sem considerarmos o tempo e o investimento financeiro. Referente a psicoterapia é muito importante que as pessoas certifiquem-se que o “terapeuta” é realmente um psicólogo formado. Hoje há muitos anúncios de pseudo-profissionais, sem formação nenhuma na área da saúde que prometem tratar a depressão e, infelizmente, não existe um órgão regulador para impedir estas práticas. Os maiores prejudicados são os pacientes que perdem tempo e dinheiro em terapias sem solução, na grande maioria dos casos.

 

E qual a melhor abordagem psicológica a adotar? Antes de preocupar-se com  “linha” terapêutica, o mais importante é que o paciente sinta segurança e empatia pelo profissional. O que vemos na prática é que as técnicas mais apropriadas podem não serem eficientes se o/a terapeuta não estabelecer um bom vínculo com seu paciente. Logo, se não há vinculo, não há confiança, respeito, credibilidade e, consequentemente, avanço no processo de cura. Claro que só a empatia também resolve. Deve ser levando em consideração o profissionalismo, a maturidade e o conhecimento técnico. Quando referimos a “maturidade”, não necessariamente anos biológicos, pois há bons psicólogos jovens e não tão bons psicólogos mais velhos... como em todas as profissões. Assim, seguir uma indicação de alguém que já conhece o especialista ou de outro profissional da saúde, pode ser a melhor forma para uma tentativa. Caso a pessoa esteja em um grau avançado de depressão e não busque ajuda, é importante que os familiares ou amigos o façam. Quem sofre de depressão merece atenção especial e precisa verdadeiramente de ajuda.

 


Certas atitudes para diminuir os estados depressivos :


1. Mesmo que o corpo resista, pratique atividade física. Comece com 15 minutos diários e aumente gradativamente.


2. Tome sol. O sol ajuda a produzir vitamina D e está relacionada com a produção da serotonina, o neurotransmissor responsável pelo bom humor. Busque os primeiros raios da manhã e concentre-se na sua respiração por alguns minutos.


3. Mastigue bem os alimentos. Não coma nem muito rápido e nem em demasia. Procure alimentos frescos, principalmente frutas, verduras e grãos.


4. Assista televisão moderadamente. Noticiários e filmes violentos só aumentam a negatividade. Substitua por leituras positivas, pois são “alimentos sadios” para a mente.


5. Não reproduza informações negativas. Busque, na medida do possível, se fixar nas coisas boas e não reproduzir as negativas.


6. Mantenha os ambientes de convívio limpos, arejados e com bons aromas. Roupas também sempre limpas e, mesmo se não for sair, use perfumes agradáveis.


7. Busque ajuda profissional. É muito comum encontrarmos pessoas deprimidas “desde sempre”. Lembre-se: o tempo não resolverá as coisas. E amigos, companheiros e familiares não compreendem a depressão e tampouco estão habilitados a resolveram este mal.

 

Alberto Maury

Psicólogo e Diretor do Instituto Órion

 

 

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